Isaac – corpo e linguagem como manifesto
Comunicar pensamento sem cair no exoterismo nem se render à mediocridade – eis o desafio do artista.
Eu não tenho respostas – faço apostas. E perco, quase sempre perco, perco muito e perco feio,. Mas nem por isso abandono o tabuleiro.
Minhas apostas: a multiplicidade dos cavalos, e não apenas dos cavalos, mas também de outras feras e lances de dados.
Fecundo minha música com poesia, e minha poesia com música. Exponho minha cara, meu corpo e minha voz. Arreganho minha mente, rasgo meu coração. Artesão de muitas técnicas, caçador de borboletas e vagalumes.
Eu transito entre as fronteiras – nunca conquisto um território, mas não me deixo escravizar.
A arte vagabundeia na paisagem da minha alma, mundos me perpassam como flashes a refratar na água – minha transparência é um ilusão, mas minha opacidade é translúcida.
Carrego comigo de fé a mais sincera – a fé sem dogmas do ateu.
Da perspectiva do espelho, eu canto, falo, toco e me emprenho de qualquer coisa que há de-vir: eu quero o fluxo, sobretudo, o amor em fluxo eu quero em mim.